domingo, 20 de julho de 2008

Férias!

Finalmente de férias!
Depois de longos 5 meses de aula, mal acredito :D
Nenhum plano em especial, se não ir bastante ao cinema e começar alguns livros :)

Espero ver The Dark Knight até terça-feira, acho que deve ser um óóótimo filme, assim como o Begins.
Ledger ficou fantástico como Coringa!
Achei uns links p/ download por torrent mas sem legenda, de baixa qualidade, então cinema é a melhor opção :D

Acabei de ler a Sombra do Vento e vou deixar a primeira parte do livro aqui, para caso interesse alguém :)

O cemitério dos livros esquecidos

Ainda me lembro daquele amanhecer em que meu pai me levou pela primeira vez para visitar o Cemitério dos Livros Esquecidos. Despontavam os primeiros dias de verão de 1945 e andávamos nas ruas de uma Barcelona aprisionada sob um céu cinzento, com um sol de vapor que se derramava na Rambla de Santa Mônica como uma grinalda de cobre líquido.
- Daniel, o que você vai ver hoje não pode contar a ninguém - advertiu meu pai. - Nem ao seu amigo Tomás. A ninguém.
- Nem a mamãe? - perguntei, em voz baixa.
Meu pai deu um suspiro, amparado naquele sorriso triste que o perseguia como uma sombra pela vida.
- Claro que sim - respondeu, cabisbaixo. - Com ela não temos segredos. A ela você pode contar tudo.
Logo depois da guerra civil um surto de cólera levoiu minha mãe. Nós a enterramos em Montjuic, no dia do meu quarto aniversário. Lembro apenas que choveu o dia todo e a noite toda, e que quando perguntei ao meu pai se o céu choravava faltou-lhe voz para responder. Seis anos depois, a lembrança da minha mãe era pra mim como uma alucinação, um silêncio cheio de gritos que eu não tinha aprendido ainda a apaziguar com palavras. Meu pai e eu morávamos num pequeno apartamento da rua Santa Ana, prto da praça da igreja. O apartamento ficava bem em cima da livraria especializada em edições para colecionadores e livros antigos herdada de meu avô, uma loja encantada que meu pai confiava que algum dia epassasse às minhas mãos. Cresci no meio de livros, fazendo amigos invisíveis em páginas que se desfaziam em pó e cujo cheiro ainda conservo nas mãos. Aprendi desde pequeno a conciliar o sono conversando com minha mãe na penumbra do quarto sobre os acontecimentos do dia, o que fizera no colégio, o que tinha aprendido naquele dia. Não podia ouvir a sua voz ou sentir o seu tato, mas a sua luz e o seu calor inflamavam cada canto daquela casa e eu, com aquela fé dos que ainda podem contar os anos nos dedos das mãos, achava que, se fechasse os olhos e falasse com ela, ela poderia me escutar onde quer que estivesse. Às vezes meu pai escutava da sala de jantar e chorava baixinho.
Lembro-me de que naquea madrugada de junho acordei gritando. O coração batia no peito como se a alma quisesse abrir caminho e jogar-se pelas escadas, Meu pai apareceu no quarto assustado e me segurou com seus braços, querendo me acalmar.
- Não consigo lembrar do seu rosto, Não consigo lembrar do rosto de mamãe - murmurei, ofegante.

Meu pai me abraçou com força.
- Não se preocupe, Daniel. Eu me lembrarei por nós dois.

Olhamo-nos no escuro, procurando palavras que não existiam. Aquela foi a primeira vez que percebi que meu pai estava envelhecendo, e que seus olhos, olhos de névoa e de perda, estavam sempre olhando para trás. Ele se levantou e afastou as cortinas, deixando entrar a luz morna da madrugada.
- Vamos, Daniel, vista-se. Quero lhe mostrar uma coisa - disse.
- Agora? Às cinco da manhã?
- Há coisas que só se podem ver nas trevas - insinuou meu pai, exibindo um sorriso enigmático que provavelmente tomara emprestado de algum volume de Alexandre Dumas.
As ruas ainda se desmanchavam entre neblinas e orvalho quando saímos.
Os lampiões das Ramblas desenhavam, ao piscarem, uma avenida de vapor, enquanto a cidade se espreguiçava, libertando-se da sua fantasia de aquarela. Ao chegarmos à rua do Arco do Teatro nos aventuramos pela passagem do Raval, sob uma arcada que prometia uma abóbada de bruma azul. Acompanhei meu pai através daquele estreito caminho, mais cicatriz que rua, até que o brilho da Rambla se esvaiu às nossas costas. A claridade do amanhecer filtrava-se por varandas e tetos em sopros de luz inclinados que não chegavam a roçar o chão. Finalmente, meu pai estacou diante de um portão de madeira lavrada, enegrecido pelo tempo e pela umidade. Diante de nós erguia-se o que me pareceu o cadáver de um palácio abandonado, como um museu de ecos e sombras.
- Daniel, o que você vai ver hoje não deve contar a ninguém. Nem ao seu amigo Tomás. A ninguém.
Um homenzinho com traços de ave de rapina e uma cabeleira prateada abriu a porta. Seu olhas aquilino pousou em mim, impenetrável.
- Bom dia, Isaac. Este é o meu filho, Daniel - anunciou o meu pai. - Ele logo fará 11 anos, e algum dia se encarregará da livraria. Já tem idade para conhecer este lugar.




Esse é o início do livro. Eu gostei bastante, conseguiu me fazer ficar na história por muito tempo '-'

Agora provavelmente começo O Nome da Rosa e Fogo Morto :)
E quero comprar BLACK p/ ps2 *-*


Anyway, isso fica pro próximo post.

See ya o/

6 comentários:

Anônimo disse...

OMG! Parou na melhor parte!
e agoar coom fas;///

Aa-dreano disse...

Pulei o texto do livro, não sei do que a Aurora está falando =D

Anônimo disse...

zomg fale sobre black, preguicinha!

Anônimo disse...

o nome da rosa não é bom, vais perder teu tempo eriq :B
ashahshahshas, boas leituras :)
e até quarta de noite terei visto Batman, espero anciosa!
beijos

Aa-dreano disse...

O NOME DA ROSA É INCRÍVEL NÃO ACREDITE NESSE SER ERIIIIICCHH!!!!1one

Meu livro favorito (L)

Jazz disse...

Eu tenho esse jogo aqui :D
é mol legal, pena que eu enjoo depois das primeiras horas jogando @_______@


PS: enjoo de vômito.